Na última segunda-feira (18/03), a deputada estadual Maria Clara Marra marcou presença no movimento “Minas Grita Pelo Leite”, organizado pela Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais). A parlamentar, reconhecida por sua defesa incansável do agronegócio e dos produtores rurais, demonstrou seu apoio contundente à causa.
Este evento surge como uma resposta à crise enfrentada pelos produtores de leite em Minas Gerais e em todo o país. As importações massivas de leite em pó provenientes de países do Mercosul, especialmente da Argentina e do Uruguai, têm gerado prejuízos significativos e ameaçado a subsistência dos produtores locais, diante dos custos de produção elevados.
O movimento “Minas Grita Pelo Leite” destaca ainda o risco iminente de desabastecimento no mercado interno e o consequente aumento dos preços para o consumidor final.
A deputada Maria Clara Marra, que já havia participado de uma reunião com a Faemg no início do mês para discutir a crise do leite em Minas Gerais, ressaltou sua solidariedade aos produtores rurais e seu compromisso em defender seus interesses.
“É fundamental que as autoridades estejam atentas e tomem medidas efetivas para proteger nossa agricultura e pecuária. Os produtores de leite desempenham um papel crucial em nossa economia, gerando empregos e renda no campo. Devemos garantir condições justas de competição e apoio a esses trabalhadores”, enfatizou a deputada.
Durante o evento, o governador Romeu Zema anunciou uma medida importante em consonância com as demandas dos produtores: a retirada das empresas importadoras de leite em pó do Regime Especial de Tributação. Essa decisão, que implica o pagamento do ICMS de 18% no momento da comercialização dos produtos importados, visa equilibrar as condições de mercado e proteger a produção local.
“Os produtores de leite representam uma classe muito importante em Minas Gerais, com mais de 220 mil micro e pequenos produtores, o que gera muitos empregos e leva muita renda para o campo. E Minas Gerais é o estado que mais produz leite e laticínios no Brasil. Esses produtores têm sofrido muito com a concorrência do leite importado, que nós consideramos desleal” , afirma o governador.
A participação ativa da deputada Maria Clara Marra e a postura do governo estadual reforçam a união em prol da agricultura e pecuária mineiras, destacando a importância de medidas concretas para enfrentar os desafios enfrentados pelos produtores rurais. O movimento “Minas Grita Pelo Leite” continua a ganhar força na busca por soluções que garantam a sustentabilidade e o desenvolvimento do setor.
Importações
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de leite – e Minas lidera o ranking, com 9,5 bilhões de litros (27% da produção nacional). Apesar disso, em 2023, o leite em pó foi o principal derivado lácteo importado pelo país, alcançando o volume equivalente a 2,8 bilhões de litros de leite. Esse volume é quase 96% superior ao adquirido em 2019, representando um recorde de importação em 23 anos.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), 46% das importações vieram da Argentina e 45% do Uruguai. Como integrantes do Mercosul, os dois países são isentos da Tarifa Externa Comum (TEC) cobrada de países que estão fora do bloco, desestruturando a cadeia produtiva do leite. (Agência Minas)
Queda de preços
Em janeiro de 2024, o valor pago ao produtor foi de R$ 2,11 o litro, inferior ao mesmo mês de 2023, quando estava em R$ 2,51. Os números evidenciam o impacto negativo das importações nos preços pagos aos produtores mineiros. Em 2022, o preço médio do litro de leite havia sido de R$ 2,71. (Agência Minas)